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Uma onça atingida por tiro foi resgatada às margens do Rio Negro, no Amazonas, e devolvida ao seu habitat após tratamento e reabilitação. O animal, um macho de aproximadamente 4 anos e 54 kg, foi encontrado ferido e à beira do afogamento em outubro, e apresentava ferimentos graves causados por disparos de arma de fogo.
Policiais do Batalhão Ambiental retiraram a onça da água quando ela já estava exausta e corria risco de se afogar. O capitão Denilson Castro, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas, relatou que o felino tinha “cerca de 36 projéteis de chumbo espalhados pelas regiões do pescoço, cabeça e nariz”. O tiro atingiu parcialmente um dos olhos e provocou a perda de um dente.
Após o primeiro atendimento de emergência, o animal foi levado ao Centro de Acolhimento de Vida Silvestre, em Manaus, onde passou por um processo de reabilitação para avaliar sua condição física e comportamental.
Os profissionais responsáveis adotaram protocolos para evitar a aproximação excessiva do animal à presença humana, preservando seus instintos. Entre as medidas, usaram folhas no corpo do felino durante o manejo para neutralizar odores e reduzir a ligação com tratadores.
O biólogo Donato Amaral relatou que, “após quatro dias, a onça respondeu bem aos testes de agressividade e instinto”. Ele explicou que, “Ele não era cativo, é um animal de selva. A reabilitação precisa garantir que volte à floresta sem perder seus instintos”, destacando a importância de devolver ao ambiente um animal capaz de caçar e sobreviver por conta própria.
Com a recuperação considerada positiva, incluindo avanços na visão, a onça foi sedada para transporte até uma unidade de conservação ambiental às margens do Rio Negro. A secretária de Proteção Animal, Joana Darc, afirmou, “A questão dos olhos, da visão, conseguimos recuperar. Isso é um grande avanço”. O trajeto incluiu deslocamento de helicóptero até uma comunidade ribeirinha e, em seguida, transporte por barco até o ponto de soltura.
Para acompanhar a adaptação pós-liberação, o animal recebeu um rádio-colar com bateria de até dois anos, que emitirá sinais de geolocalização por satélite a cada hora. O monitoramento será essencial, não só para garantir o bem-estar da onça atingida por tiro, mas também para avaliar os efeitos da presença de chumbo no organismo, que pode causar neurotoxicidade, e para contribuir com estudos sobre a espécie.
O caso da onça atingida por tiro evidencia a violência contra a fauna e a necessidade de ações integradas de proteção e fiscalização. A Polícia Ambiental e equipes de reabilitação trabalham para identificar responsáveis, e o acompanhamento do felino servirá como fonte de dados sobre recuperação e riscos por intoxicação por chumbo.
A devolução bem-sucedida reforça a importância de centros especializados, protocolos de manejo que preservem instintos selvagens, e monitoramento contínuo. A história também lembra da urgência em proteger habitats e responsabilizar quem pratica violência contra animais silvestres.