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A forma como cães e gatos percebem cores é diferente da humana e tem impacto direto em escolhas do dia a dia, como brinquedos, passeio e enriquecimento ambiental. Essas diferenças começam na estrutura da retina e refletem adaptações evolutivas, que colocam a sensibilidade a movimento e a visão em baixa luminosidade acima da percepção cromática ampla.
Segundo o Dr. Nathan Jettar, especialista do Nouvet, a explicação está na própria evolução dessas espécies. “A percepção visual de cães e gatos é resultado de uma complexa adaptação evolutiva às suas necessidades ambientais e comportamentais. Diferente dos humanos, que possuem três tipos de cones para captar o espectro amplo de cores (tricromatas), esses animais têm uma visão dicromática, concentrada principalmente nos tons de azul e amarelo”, afirma. Essa afirmação explica por que, para muitos cães e gatos, cores como vermelho e verde não aparecem com a mesma vivacidade que para nós.
Na prática, um tom de vermelho tende a parecer mais escuro, puxando para o marrom, enquanto o verde pode assumir tons amarelados. Ainda assim, essa limitação não reduz habilidades essenciais dos animais, como detectar presas ou reagir a estímulos rápidos.
Outra diferença importante é a predominância de bastonetes na retina de cães e gatos, células especializadas em captar movimentos e funcionais com pouca luz. Essa característica, aliada à presença do tapetum lucidum, que reflete a luz dentro do olho, melhora a visão em lugares escuros.
“É por isso que os olhos dos cães e gatos brilham no escuro e eles são caçadores noturnos tão eficientes”, explica o veterinário. Por isso, embora percebam menos cores, esses animais compensam com maior sensibilidade a movimentos sutis e melhor capacidade para ver em ambientes com pouca luminosidade.
Com base nessas diferenças, proprietários podem tomar decisões simples para facilitar a vida dos pets. Ao escolher brinquedos, por exemplo, prefira objetos em tons de azul e amarelo, que se destacam melhor para cães e gatos. Itens vermelhos ou verdes podem se confundir com o ambiente, especialmente na grama ou em móveis.
Além da cor, contraste e formato são fundamentais. Brinquedos com textura, som e movimento estimulam o instinto de caça e o enriquecimento ambiental, ajudando no bem-estar físico e mental.
Para melhorar o cotidiano do seu animal, considere pequenos ajustes. No passeio, use bolas e frisbees em azul ou amarelo para facilitar a visualização. Em ambientes internos, ofereça brinquedos com cores contrastantes em relação ao chão e móveis, e combine formas diferentes para chamar atenção.
Também vale lembrar da iluminação. Em horários de menor luz, prefira brincadeiras que estimulem movimento e olfato, já que a visão cromática fica menos relevante à noite. E, claro, observe o comportamento: o interesse por um brinquedo depende não só da cor, mas do cheiro, do som e da interação com o tutor.
Entender como cães e gatos percebem cores ajuda a tomar escolhas mais eficientes e a proporcionar um ambiente mais estimulante e seguro. Pequenas mudanças, como priorizar tons de azul e amarelo e investir em contraste e textura, podem fazer diferença no engajamento e no bem-estar dos pets.