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O diabetes mellitus, uma condição que afeta o metabolismo da glicose, tem se tornado uma preocupação crescente entre tutores de cães e gatos. Especialmente em animais que apresentam sobrepeso ou têm predisposição a alterações metabólicas, a doença pode se desenvolver de forma silenciosa, exigindo atenção redobrada aos sinais.
A veterinária Kathia Soares, da MSD Saúde Animal, explica que a doença ocorre quando o organismo do animal não produz insulina suficiente ou não a utiliza de maneira eficaz, resultando no acúmulo de glicose no sangue. Essa condição, se não diagnosticada e tratada precocemente, pode levar a sérias complicações de saúde.
Um dos maiores desafios no diagnóstico do diabetes em pets é a sutileza de seus primeiros sintomas. Muitos desses sinais podem ser facilmente confundidos com o processo natural de envelhecimento dos animais, levando a uma demora na busca por ajuda veterinária. Entre os indícios mais comuns estão o aumento significativo da sede, a necessidade de urinar com maior frequência e em maior volume, e uma fome exagerada, muitas vezes acompanhada de perda de peso, mesmo com o apetite elevado.
“Muitas vezes, os tutores demoram a perceber as mudanças, associando-as ao processo natural de envelhecimento do pet. No entanto, notar que o potinho de água precisa ser reabastecido com mais frequência ou que o animal está urinando mais são alertas cruciais”, ressalta a Dra. Kathia Soares.
Em estágios mais avançados da doença, outros sintomas podem se manifestar, como fraqueza, apatia e, especificamente em cães, o desenvolvimento de catarata. A percepção desses sinais é fundamental para que o tutor procure orientação profissional.
É importante frisar que apenas um médico-veterinário está capacitado para confirmar o diagnóstico de diabetes em cães e gatos. Através de exames específicos, como a aferição da glicemia (nível de glicose no sangue) e a análise de urina, é possível identificar a presença da doença e seu grau de severidade. A consulta veterinária é, portanto, o passo mais importante após a observação de qualquer sintoma suspeito.
A obesidade é apontada como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes em animais de estimação. Assim como ocorre em humanos, o excesso de peso pode levar à resistência à insulina, uma condição em que as células do corpo não respondem adequadamente à ação desse hormônio, dificultando a entrada de glicose nas células para ser utilizada como energia.
Além da obesidade, outros fatores podem contribuir para o surgimento da doença, como a pancreatite (inflamação do pâncreas), o uso prolongado de determinados tipos de medicamentos e a predisposição genética. Por isso, a manutenção do peso ideal do pet, através de uma dieta balanceada e uma rotina de exercícios físicos adequada, é uma das condutas mais eficazes na prevenção do diabetes.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento do diabetes em pets geralmente envolve uma combinação de abordagens. A insulinoterapia, com a administração diária de insulina, é frequentemente necessária para regular os níveis de glicose no sangue. A alimentação específica, com dietas formuladas com menor teor de carboidratos e ricas em fibras, também desempenha um papel fundamental.
Os exercícios moderados, adaptados à condição e capacidade do animal, auxiliam no controle do peso e na melhora da sensibilidade à insulina. É essencial também a atenção a condições secundárias que possam dificultar o controle do diabetes, como infecções. A Dra. Kathia Soares enfatiza a importância da parceria entre tutor e veterinário: “O sucesso do tratamento depende diretamente do comprometimento do tutor e da parceria com o médico-veterinário. Nosso objetivo é desmistificar o tratamento e mostrar que ele é viável”.
Com o acompanhamento veterinário adequado, ajustes na rotina e o monitoramento contínuo dos níveis de glicose, animais diagnosticados com diabetes podem, sim, levar uma vida ativa, feliz e com qualidade. A dedicação do tutor é a chave para garantir o bem-estar do seu companheiro.